Ausente dos palcos angolanos e a residir
em Portugal há sensivelmente dois anos com o objectivo de
internacionalizar a sua carreira musical, em entrevista exclusiva cedida
ao Platinaline,
Laton, ex-integrante do grupo Kalibrados, disse que há muitas
dificuldades e injustiças entre os sectores da indústria cultural
angolana. Existe uma grande frustração entre os artistas e uma luta de
titãs por nacos pequenos de poder.
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“Eu mesmo defini o meu trajecto e tenho a
plena convicção de que o meu trabalho me levará aos grandes palcos de
Angola. O nosso mercado é apenas o nosso mercado, é o único que temos,
há muita boca e pouca comida. Tive uma sorte que muitos artistas
gostariam de ter e poder vir para Portugal e viver da música sem
precisar de patrocínio, sem viver a pedir dinheiro aos empresários e
poder viver sem ter que, obrigatoriamente, assumir bandeira política.
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Falo disso tudo com grande mágoa no coração, pois preferi mil vezes com a
honestidade da minha alma sair de Angola para o mundo a tentar esse
caminho, e ser orgulhoso para o meu povo a partir de Portugal.
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Desejo
que os promotores culturais angolanos sejam apoiados pelo governo a fim
de não haver apenas um promotor que domina tudo, mas sim vários grandes
promotores deixando espaço para todos brilharem,” desabafou.
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Apesar da sua insatisfação, Laton está
com uma carreira bastante consistente em Portugal e em nenhum momento
pensou em desistir da música, porque nunca trabalhou noutra área, nem
tem um curriculum vitae, a música é a única profissão que sabe exercer,
mostrando às pessoas que é possível vencer na vida, motivar quem lhe
observa e inspirar-se, tendo a música e a família como os motivos das
suas lutas diárias.
O.O