O aumento do preço nos serviços da ZAP deve-se às mudanças registadas
na economia nacional, como a desvalorização do kwanza, que tem criado
dificuldades no pagamento aos seus fornecedores internacionais, segundo a
empresa.
A decisão contraria uma disposição do Instituto Angolano
das Comunicações (Inacom), que proibiu a operadora, em Janeiro último,
de alterar a tarifa de forma unilateral.
Com a nova tarifa da ZAP,
o pacote Mini para 30 dias, que custava dois mil e 200 kwanzas, passa
para três mil e 100 kwanzas, enquanto o Max, que custava Akz 4.400,
actualmente custa Akz 6.200. O pacote Premium, que estava no valor de
Akz 8.800 passa para 12 mil e 400 kwanzas.
Aquando do anúncio
sobre o aumento dos preços nos serviços da ZAP, o Instituto Angolano das
Comunicações (INACOM) informou ter sido surpreendido e considerou tal
decisão como uma "violação à Lei", por “não ser da competência da ZAP a
fixação de preços deste tipo de serviços”.
Compete à Autoridade
das Comunicações Electrónicas propor os preços dos serviços básicos,
ouvidos o Comité de Preços dos Serviços de Comunicações Electrónicas
(CPCE), bem como as entidades competentes do Estado Angolano, e fixar
inclusivamente um ideal para tais preços.
Na ocasião, o presidente
do Conselho de Administração do INACOM, Leonel Augusto, informou que a
instituição estava a negociar com as operadoras de televisão por
assinatura preços de equilíbrio que estejam à altura do bolso dos
consumidores e garantam também a sustentabilidade das próprias empresas.
Esclareceu
que toda e qualquer alteração do tarifário de preços das comunicações
deve obedecer o estritamente previsto na lei das comunicações
electrónicas.
Mesmo com a alerta do INACOM, a operadora ZAP "não recuou na sua decisão".
Em
declarações à Angop, esta terça-feira, o presidente da Associação
Angolana do Direito do Consumidor (ADDIC), Diógenes de Oliveira,
considerou o aumento da tarifa como uma violação dos direitos dos
consumidores e desrespeito às associações que lidam directamente com os
consumidores.
Referiu que em nenhum momento a ADDIC foi consultada
para dar o seu parecer sobre a realidade que os consumidores vivem
actualmente e definir preços que se adequam com ao bolso de cada
cidadão.
"A ADDIC não teve uma palavra consentânea em relação ao
aumento do preço dos serviços da ZAP. Deste modo, conforme a Lei, vamos
pedir administrativamente um pronunciamento ao órgão de tutela",
acrescentou.
Para Diógenes de Oliveira, apesar de os fornecedores também terem o direito de ajustar os preços dos seus bens
e serviços é necessário que sejam auscultadas as
associações/organizações da sociedade civil que têm personalidade
jurídica para darem as suas contribuições.
O.O


